Ao menos 11 morrem durante manifestações contra tarifa do metrô no Chile

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Atos começaram há uma semana, se alastraram na última sexta-feira e fizeram governo cancelar o aumento nas passagens

Redação Brasil de Fato | São Paulo (SP)

 21 de Outubro de 2019 às 10:26

Ao menos 11 pessoas morreram e 1.462 foram detidas desde a última sexta-feira (18), quando uma onda de protestos eclodiu no Chile. Os maiores distúrbios ocorreram na capital, Santiago, no domingo (20). 

A crise, que já é considerada a maior desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), levou o presidente Sebastián Piñera a decretar estado de emergência por 15 dias em Santiago e em duas províncias vizinhas, além de um toque de recolher que ficou em vigor durante o fim de semana.

As manifestações foram deflagradas após ser decretado um aumento nas tarifas do metrô em 6 de outubro. Embora inicialmente localizados na capital, os atos rapidamente começaram a tomar diversos pontos do país. Piñera, que qualificou o momento vivido pelo país como uma “guerra”, ordenou que mais de 10 mil soldados fossem deslocados a Santiago, Valparaíso e Concepción, onde as manifestações foram mais duramente reprimidas.

“Estamos em guerra contra um inimigo poderoso, implacável, que não respeita nada nem ninguém e que está disposto a usar violência e delinquência sem nenhum limite”, afirmou o mandatário no domingo, após reunião com o general do Exército Javier Iturriaga, militar que comanda as forças de segurança em Santiago.

Comércio e metrô fechados, voos cancelados

No sábado, acuado pelas manifestações, Piñera anunciou a suspensão do aumento da tarifa alegando ter escutado “com humildade a voz” de seus compatriotas. “Não terei medo de seguir escutando esta voz. Vamos suspender o aumento nas passagens do metrô”, disse. Apesar do cancelamento, os chilenos seguiram nas ruas.

Aos gritos de “basta de abusos” e com o lema “#ChileAcordou”, que dominou as redes sociais, os chilenos protestam agora contra o modelo econômico neoliberal em curso no país desde a ditadura Pinochet. Eles pedem maior acesso à saúde e à educação, setores privatizados quase em sua totalidade no Chile. 

Os manifestantes afirmam que não há uma liderança definida reivindicando estas demandas. Até o momento, os atos surgem como uma crítica generalizada ao sistema neoliberal do país.

Neste final de semana, 27 estações da linha 1 do metrô, uma das sete que integram a rede da capital, ficaram fechadas. O governo afirma que elas serão reabertas nesta segunda-feira. O comércio também fechou em Santiago. Centenas de voos foram cancelados. 

Edição: João Paulo Soares

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