Militantes iniciam nesta terça-feira greve de fome pela libertação de Lula

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Militantes iniciam nesta terça-feira greve de fome pela libertação de Lula

Postado em 30 de julho de 2018

Em nome da libertação do ex-presidente Lula, preso político há mais de 100 dias em Curitiba, seis militantes de movimentos sociais, ligados à Via Campesina, iniciam amanhã (31) uma greve de fome por tempo indeterminado. O anúncio foi feito em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (30), em Brasília. “Temos data para começar, mas quem vai dizer quando encerramos são os ministros do Supremo Tribunal Federal”, afirmou o Frei Sérgio Görjen, do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA). Ele é um dos integrantes do grupo que deixará de comer em nome da libertação de Lula e para que milhares de brasileiros não voltem a passar fome.

João Pedro Stédile, da coordenação nacional do Movimento dos Sem Terra (MST), afirmou durante a coletiva que o caminho legal para o fim da greve de fome é a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, “respeitar” a Constituição. “Ela foi indicada para respeitar a Constituição. Tem dois recursos aguardando julgamento – um ADC do PCdoB, que consulta se uma pessoa pode ser presa antes do julgamento de todos recursos; e um outro recurso da OAB, sobre validade da presunção de inocência até o julgamento da última instância. Basta colocar os recursos em plenário para acabar com a greve”, afirmou.

Stédile enfatizou que a Constituição garante a qualquer brasileiro o direito de permanecer em liberdade até o julgamento. “Mas para Lula isso não foi respeitado”, criticou. Ele ainda lembrou que por conta do habeas corpus anteriormente negado a Lula, o voto “confuso da ministra Rosa Weber, levou ao encarceramento 13 mil pessoas só em São Paulo, que esperavam em liberdade o julgamento em última instância”.

Além de Frei Sérgio, estarão em greve de fome Jaime Amorim, do MST de Pernambuco; Vilmar Pacífico, do MST do Paraná; Zonália Santos, do MST de Rondônia; Luiz Gonzaga Silva, o Gegê, da Central dos Movimentos Populares de São Paulo; e Rafaela Alves, do MPA de Sergipe. Nesse início de greve, o grupo irá todos os dias ao STF, onde será montada uma tenda de apoio no estacionamento, mas ficará também alojado no Centro Cultural de Brasília, na 601 norte.

Responsabilidade – Os seis grevistas afirmaram que a decisão de cada um foi consciente, livre e espontânea. “A nossa greve de fome, como ato extremo, é contra o caos do País e para evitar que esse modelo de exclusão continue”, afirmou Frei Sérgio. Ele disse ainda que a responsabilidade por qualquer dano que venha a acontecer com qualquer um dos grevistas será de Sergio Moro e dos desembargadores do TRF-4, que condenaram Lula sem crime e sem prova.

“A responsabilidade será também da ministra Cármen Lúcia e dos ministros Edson Fachim, Luiz Fux, Rosa Weber, Luiz Roberto Barroso e Alexandre Moraes, que votaram contra o habeas corpus que questionava o cumprimento de pena imediatamente após a condenação em segunda instância.

Atividades – A greve de fome faz parte de uma série de atividades que serão realizadas até o dia 15 de agosto, quando será registrada a candidatura de Lula à Presidência da República, pelo PT. João Pedro Stédile informou que nos dias 4 e 5 de agosto chegarão a Brasília a caravana contra a fome, que saiu de Caetés (PE) na última sexta-feira (27) e vai percorrer cidades do semiárido nordestino e de Minas Gerais, denunciando o desmanche das políticas públicas. Ainda no dia 4 de agosto igrejas estão organizando o dia de jejum das famílias, com a distribuição de alimentos para a população que já está passando fome.

Também chegará a Brasília no dia 6 de agosto trabalhadores das distribuidoras de energia que acompanharão no STF o julgamento de ação contra a privatização da Chesf (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco). No dia 9 de agosto, a concentração na Suprema Corte é para acompanhar o julgamento de recurso sobre o uso de animais em cerimônia religiosa. Às 18h, haverá alto inter-religioso em solidariedade às religiões afrodescendentes.

No dia 10 de agosto, está marcada a paralisação nacional das centrais sindicais em defesa dos direitos trabalhadores, pela libertação do ex-presidente Lula e pelo direito de Lula ser candidato.

Stédile explicou ainda que haverá três marchas chegando a Brasília a partir do dia 13 de agosto. “Todas essas atividades culminarão em uma grande manifestação popular na capital federal no dia 15 de agosto, para acompanhar o registro da candidatura Lula Presidente”, afirmou.

Vânia Rodrigues

 

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